É durante o período da infância e adolescência, fases em que
o corpo apresenta picos de crescimento, que surgem as principais alterações
posturais e as complicações associadas. Por isso, esses indivíduos merecem
atenção especial a fim de evitar, minimizar ou abolir os comportamentos de
risco.
Então hoje, resolvi escrever um pouco sobre as mochilas
escolares, a grande vilã, que pode alterar o funcionamento do corpo do
individuo, provocar compensações, e patologias a longo prazo.
A escolha de uma mochila adequada e o seu uso de forma
correta pode evitar sérias complicações na biomecânica de crianças. Se você é fisioterapeuta ou estudante da área saiba
como orientar esse público.
A educação dos pais se faz necessário, eduque os
para a compra de mochilas e bolsas corretas. As crianças quando vão atrás da
tão esperada mochila da volta às aulas não querem saber se são confortáveis ou se
vão provocar danos a sua saúde. Elas
preferem pensar que devem ter o personagem preferido da TV ou que cor deve ser
aquela que está em última moda. Os pais
eles devem estar preparados para evitar conflitos na hora da escolha. A mochila
ideal nesse caso será aquela que combine conforto, segurança e estética (acredite,
essa mochila existe!!!!).
Então veja algumas dicas:
-A mochila deve ter o tamanho compatível com o tamanho da
criança
-tem que ser leve: vazia, ela não deve pesar mais de meio
quilo
-deve ter duas tiras, pois as de tira única para o ombro não
distribuem o peso uniformemente
-deve ter alças acolchoadas, reguláveis e com uma largura
mínima de quatro centímetros na altura dos ombros. Tiras estreitas causam
compressão nos ombros, podendo causar dor e restringir a circulação
-preferir mochila de estrutura rígida e acolchoada nas
costas - o forro acolchoado ajuda a evitar ferimentos com objetos pontiagudos
-verificar se há um cinto regulável na altura da barriga,
para evitar que a mochila balance e ajudar a repartir o peso entre os ombros e
a zona lombar
-conferir se a alça de mão é acolchoada, com no mínimo oito
centímetros de comprimento
-verificar a quantidade de bolsos nas mochilas: quanto mais
espaçado o material, melhor a distribuição de peso
-mochila com rodinhas
é uma opção para crianças que carregam muito peso. Porém, estudos comprovam que
este modelo pode ser mais prejudicial à postura do que as carregadas nas
costas. Em geral mais pesadas, elas são puxadas com apenas um braço, o que
causa uma assimetria na postura e fica ainda pior se a criança tiver de subir e
descer escadas. Só tem sentido usar as mochilas de rodinhas se as escolas
adotarem rampas ou elevadores, para evitar que a criança tenha que levantar a
mochila nas escadas.
Não basta apenas comprar a mochila ideal, os pais devem estar
atentos ao uso dessa mochila. As dicas são as seguintes:
- os pais devem organizar o material escolar do seu filho. Coloque as coisas mais pesadas no fundo e junto às costas da criança, ou seja, na parte de trás da mochila.
- os livros e outros materiais devem estar dispostos de uma maneira que não fiquem soltos lá dentro, provocando movimentos de desequilíbrio.
- olhar o que o filho leva para a escola e certificar que é o material necessário para as atividades rotineiras. Nada de supérfluo.
- nas mochilas com rodas é preciso cuidado com a alça do carrinho, que deve estar a uma altura apropriada. As costas da criança devem estar retas ao puxá-la.
Ensine as crianças:
- utilizar sempre as duas tiras das mochilas nos ombros - a posição incorreta pode provocar uma alteração postural chamada escoliose (desvio lateral inadequado da coluna).
- tencionar as tiras para que a mochila fique bem junto ao corpo e aproximadamente
a cinco centímetros acima da linha da cintura.
- utilizar todos os compartimentos de modo que os objetos mais pesados fiquem no centro da mochila e mais próximo das costas.
- dobrar os joelhos ao se abaixar. Não se incline dobrando as costas, sobretudo se a mochila estiver muito pesada.