A TCI (terapia de contesão induzida), é conhecida também como Terapia por restrição ou terapia de movimento induzido por restrição. Em inglês Constraint-induced Movement Therapy.
Conheci a TCI através de uma propaganda de um curso que recebi por e-mail, e devo confessar que foi "amor à primeira vista". Comecei, a partir de então, ler um pouco mais sobre o assunto, mergulhei nas profundezas das bases de dados em busca de artigos. Encontrei muitooooooooo material bom (que é claro...Irei compartilhar com todos- CLICK AQUI PARA BAIXAR A COLETÂNEA DE ARTIGOS).
Até então eu conhecia algumas terapêuticas de tratamento em pacientes com hemiplegia, porém a TCI trouxe pra mim o que realmente era necessário na reabilitação desses pacientes... O GANHO FUNCIONAL SEM O USO DE ESTRATÉGIAS COMPENSATÓRIAS.
Uma das conseqüências da
hemiplegia é a disfunção membro superior, que limita a realização de
determinadas atividades. No período pós-lesão a dificuldade de movimentação e a
falta de coordenção do membro superior “ruim” acaba gerando grande esforço e
frustração durante as atividades, o que provoca o maior uso do membro sadio
(desuso aprendido). Portanto o não uso do membro afetado não está apenas
relacionado a danos estruturais, mas também a uma série de fatores
comportamentais. Acredita-se que o desuso aprendido leva à perda de funções nas
áreas corticais não lesas, causando atrofia nas estruturas cerebrais. Nesse
contexto, a TCI (Terapia de contesão induzida) fundamenta-se na desprogramação
do desuso motor por meio de reorganização cortical.
A técnica
A TCI é uma
intervenção terapêutica amplamente utilizada nos Estados Unidos da América para
o tratamento de pacientes com hemiplegia. O protocolo original da TCI consiste
na contensão do membro superior não parético por 90% do dia durante o período
de duas semanas (14 dias), associado ao treino de atividades motoras durante
dez dias úteis por seis horas diárias.
Apesar desta terapêutica
apresenta ótimos resultados, possuí baixa aderência por parte dos pacientes.
Então para melhorar e facilitar a aplicação da técnica e aceitação
dos pacientes o protocolo original vem sendo modificado. As adaptações
propostas na literatura visão permitir a diminuição do tempo total gasto na
terapia.
As intervenções na
hemiplegia com o uso de TCI tem como objetivo auxiliar na neuroplastcidade do
sistema nervoso central. Com a imobilização do lado não parético o paciente é
forçado a utilizar o membro acometido em suas AVD’s (atividades da vida
diária), reativando áreas do cérebro em que houve danos neuronais, nesses
locais células adjacentes assumem as funções das células lesadas em reposta ao
treino motor.
Avaliação do paciente
As pesquisas realizadas com
TCI utilizam escalas que avaliam a função do membro superior. O uso dessas
escalas é importantíssimo tanto no desenvolvimento de estudos como na prática
clínica para se determinar os benefícios funcionais da técnica.
As escalas mais utilizadas
são:
Motor Activit Log (MAL)
Teste de Função Motora de
Wolf
Escala de Fugl- Meyer
Action Resarch Arm
Como é feito a imobilização
da extremidade não afetada?
Geralmente a restrição do
membro superior NÃO acometido é feita por meio de tala, luva especial e/ou
tipóia.
O terapeuta deve orientar
o individuo e sua família quanto ao uso da restrição (como ,por exemplo,
higienizar de forma adequada e inspecionar a pele a fim de evitar lesões).
As orientações dependerão
do protocolo a ser utilizado. No protocolo original, por exemplo, o paciente é
orientado a utilizar a restrição durante todo o dia e retirar apenas em
situações que comprometa sua segurança, no banho e para dormir.
Evidências?!
Estudos de excelente
qualidade metodológica evidenciaram os efeitos benéficos da TCI. Observou-se na
maioria das pesquisas que os indivíduos submetidos a protocolos variados de TCI
apresentaram: Aumento na freqüência do uso do membro parético, melhora nas
habilidades funcionais (velocidade e coordenação), mudanças anatômicas e
funcionais em áreas coticais pós TCI observadas por meio de exames por imagem
(aumento da perfusão local e expansão cortical).
Como
a hemiplegia representa invalidez, elevado custo social e econômico, evidenciar
os efeitos benéficos de novas terapêuticas faz-se necessário. Além disso, a
maior parte das técnicas de reabilitação na hemiplegia envolve estratégias
compensatórias para o ganho funcional sem incentivar o uso da extremidade
acometida, maximizando assim o desuso aprendido.
Aspectos positivos do uso
da TCI
Terapêutica bem
evidenciada,
A TCI promove ganho
funcional superior se comparado ao uso de outras técnicas neuroevolutivas em um
mesmo período de tempo,
Há persistência dos ganhos
funcionais meses/ano após a intervenção,
Baixo custo da terapêutica,
Transferência dos ganhos
obtidos no tratamento para a rotina do paciente,
Resultados obtidos no período
de 2 semanas equivale a anos de tratamento convencional,
Fácil acesso aos recursos
necessários para desenvolver a técnica e todo o aparato de fácil confecção,
Aspectos negativos da TCI
Tempo prolongado de
intervenção,
Pra muitos pacientes a terapêutica
pode ser desconfortável, irritante e frustrante,
Baixa aceitação por parte
dos pacientes, principalmente por crianças,
Alta intensidade diária do
treino,
Estudos que estão sendo
realizados sobre a técnica procuram responder a seguintes questões:
Qual o melhor protocolo a
ser utilizado em cada perfil de paciente?
Quais as reais contra
indicações?
Qual a melhor estratégia
para aumentar a adesão do paceintes: diminuir o tempo de restrição? Diminuir o
treino diário? Ou diminuir o tempo total da terapêutica?
Qual o efeito da TCI na
força muscular? Na ADM? Sensibilidade? E tônus?
Qual o efeito da técnica à
longo prazo (ex: 10 anos após)?
Qual o efeito de TCI
associado a outros métodos (ex: Toxina botulínica)?
Assista alguns vídeos sobre o assunto:
Muito Legal Keyla. Essa terapia é realmente muito interessante, Adorei o Blog Parabéns!!
ResponderExcluirVisite meu Blog http://neuroxonados.blogspot.com
ResponderExcluir